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O apartamento alvo de intervenção situa-se num edifício dos anos 30, localizado no Bairro de Arroios em fronteira com as Avenidas Novas. Tal como a localização este apartamento reflete a dicotomia que caracteriza a sua envolvente.
No Bairro multicultural de arroios, em Lisboa, o novo coexiste com o clássico. Num espaço de contrastes, tradicional, mas cercado por polos centrais onde a gente envelhecida faz de vizinha com as famílias jovens. Onde cabem mais de 75 nacionalidades, é um bom exemplo para a integração.
Assim também é este projeto. O objetivo de trabalhar o espaço, o vazio, através da intervenção no cheio que é a matéria. Um espaço moderno, simples e claro que resulta de uma matéria feita de história, de paredes em tabique, uma estrutura de barrotes envelhecida, rodapés altos e tetos trabalhados.
O foco do projeto prendeu-se na fluidez do espaço. A sensação de ampliação e conexão entre zonas e sobretudo entre o interior e o exterior como forma de captar e cruzar luz.
Para esta nova organização de espaço foi necessário demolir uma série de paredes e assumir a estrutura da época em barrotes de madeira com a nova que segue uma linguagem mais contemporânea através do ferro. Em ambas se optou pelo branco como elemento de união. Os espaços tornam-se híbridos na fusão entre programas, adotando uma linguagem comum que se adapta ás diferentes necessidades.
Como é característico no traço do Atelier, todas as peças foram desenhadas e pensadas para cada local. Da bancada da cozinha, em cerâmico com o candeeiro construído no mesmo material, à estrutura de toalheiro do duche que resolve a iluminação e o enquadramento deste na restante casa de banho, adicionando agora a madeira como novo elemento.
A iluminação, como é também costume nos projetos do Atelier, foi pensada especificamente para cada espaço. Optou-se mais por pontos de parede com apliques simples de loiça e pontualmente elementos mais decorativos que rematam e acolhem o espaço.
Este foi o projeto, até hoje, que melhor representou o trabalho em parceria, que vem a ser desenvolvido ao longo dos últimos anos, por equipas que trabalham para o mesmo objetivo e que formam uma peça só, que é representada aqui pelo Atelier 106. O resultado de um projeto vai muito além do papel quando em obra existe uma conexão total que permite que tudo aconteça.
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The apartment that was the target of the intervention is located in a building from the thirties in the district of Arroios bordering the district of Avenidas Novas. Just like its location, the apartment reflects the dichotomy that characterises is environment.
In the multicultural district of Arroios, in Lisbon, the new coexists with the classic. In a space of contrasts, traditional, but surrounded by central poles where elderly people are neighbours to younger families. Where one finds more than 75 different nationalities, it is a good example of integration.
The same applies to this project. The aim of working the space, the void, through the intervention in the full, which is the matter. A modern space, simple and clear, that results from a material made up of history, of plaster cast walls, of an aged beam, high skirting boards and worked ceilings.
The focus of the project was the fluidity of the space. The feeling of enlargement and the connexion between the areas, essentially between the interior and the exterior, as a way to capture and cross light.
For this new organisation of the space it was necessary to tear down a number of walls and assume the structure from the time of the wooden beams with the new that follows, a far more contemporaneous language through iron. For both, white was chosen as the union element. The spaces became hybrid in the merger between the programs, adopting a common language that adjusts to the different needs.
As it is characteristic in the trace of the Atelier, all the pieces were drawn up and devised for each place. From the kitchen counter top, in ceramic, with the lamp built in the same material, to the structure of the shower towel rack that solves the issue of the lightning and the framing of the rack in relation to the rest of the bath room, now adding wood as a new element.
The lighting, as it is also usual in the Atelier’s projects, was devised specifically for each space. Wall points with more simple crockery appliques were chosen, while here and there more decorative elements finish and welcome the space.
This is the project that until today best represents the partnership work that has been developed over the last years by teams that work towards the same goal, forming a single item, here represented by Atelier 106. The result is a project that goes well beyond the paper once the work is finished, with a total connection that allows anything to happen.